Após passar a marca de 100 mil vítimas fatais apenas no Brasil (de acordo com as secretarias estaduais de saúde, até a atualização deste artigo, os dados apontam: 110.019 mortos e 3.411.872 casos confirmados) e a maior crise econômica desde a grande depressão, que no Brasil causou grandes mudanças sociais e econômicas, com a passagem pela crise do café e a destruição milhares de toneladas de café que o governo comprou e mandou atear fogo para subsidiar a economia local que era extremamente dependente das exportações do produto.
Chegamos novamente num ponto crítico para a economia. Mas desta vez não há um único processo que possa ser pensado para salvar os empresários. A economia atual é altamente diversificada, e depende da distribuição de renda para a manutenção do mercado interno, que ainda é responsável pela grande maioria dos empregos formais. Sem distribuição de renda, diminuem as entradas nos caixas de pequenas e médias empresas que são responsáveis diretas por 54% dos empregos formais e 99% do total de empresas (De acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE)). Quem está pagando a conta agora não é o grande latifundiário cafeicultor. São os pequenos empresários que fazem de seu suor diário o negócio da família. Mesmo em médias empresas a conta não tem fechado nos últimos meses, com medo de gastar e se endividar sem uma garantia de renda futura a maioria dos brasileiros tem adiado a compra de bens de consumo, e aumentado inconscientemente o problema. É um caso onde a prudência pode causar um feedback negativo e arruinar toda o ecossistema empresarial desenvolvido a duras penas. Sem liquidez conferidas por compras da população, e alimentadas pelos empregos gerados pela produção, distribuição e comercialização dos produtos, as empresas vão quebrar. Já estão quebrando. Algumas estimativas falam de setores em que mais da metade das empresas não vai reabrir depois da pandemia. Pelo menos 600 mil micro e pequenas empresas fecharam as portas e 9 milhões de funcionários foram demitidos em razão dos efeitos econômicos da pandemia do novo corona vírus. É o que mostra levantamento feito pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às micro e pequenas empresas) e obtido com exclusividade pela CNN.
https://www.cnnbrasil.com.br/business/2020/04/09/mais-de-600-mil-pequenas-empresas-fecharam-as-portas-com-coronavirus.
Não são apenas as pequenas e medias empresas sofrendo. Gigantes como a GM acusam o golpe e certamente irão requerer uma boa fatia de recursos públicos, na forma de incentivos fiscais e empréstimos para manter as atividades. Obviamente com o cobertor curto o governo terá que decidir a quem socorrer.
https://epocanegocios.globo.com/Empresa/noticia/2020/04/sem-liquidez-empresas-vao-comecar-quebrar-diz-presidente-da-gm.html
Neste contexto terrível a esperança é a vacina. Vai sair ou não vai? Particularmente, olhando todos os dados disponíveis, a resposta para mim é clara...Vai sair, mas não vai funcionar! Infelizmente. Vou tentar mostrar qual a fonte desta minha convicção, em três pontos que se interligam:
Ponto 1: Não existem atalhos em ciências.
As vacinas que estão sendo desenvolvidas e prometidas para o ano de 2021 entraram em um caminho rápido de pesquisa, que não possui embasamento prévio e nunca foi implantado e executado de forma eficiente. Para ter ideia do que estou falando, dê uma olhada no artigo do New York Times Journal: "How Long Will a Vaccine Really Take?" (Quanto tempo uma vacina realmente levará, em tradução literal). Vou extrair apenas um dado de lá para bem dos leitores brasileiros, o gráfico abaixo:
https://www.nytimes.com/interactive/2020/04/30/opinion/coronavirus-covid-vaccine.html
Ponto 2: Os cientistas já tentaram batalhar contra o corona vírus. E falharam!
Entenda que 1/4 dos resfriados no mundo são causados por corona vírus humano. Os cientistas já trabalharam com vacinas contra o corona vírus antes, então não estão começando do zero. Dois corona vírus já causaram surtos letais antes, ou seja, Sars e Mers, e a pesquisa de vacinas avançou para ambos. Mas nenhum foi licenciado, em parte porque Sars fracassou e Mers é regional para o Oriente Médio. As lições aprendidas ajudarão os cientistas a criar uma vacina para Sars-CoV-2, mas ainda há muito o que aprender sobre o vírus.
A principal preocupação é que os corona vírus não tendem a desencadear imunidade de longa duração. Após a aplicação de vacinas já testadas a resposta imunológica diminui tão rapidamente que as pessoas podem ser reinfectadas no ano seguinte. No caso do Corona vírus da pandemia atual os pesquisadores da Universidade de Oxford analisaram recentemente o sangue de pacientes recuperados de Covid-19 (a doença) e descobriram que os níveis de anticorpos IgG - responsáveis pela imunidade mais duradoura - aumentaram acentuadamente no primeiro mês de infecção, mas depois começaram a cair novamente. Corroborando com esta descoberta, na semana passada, cientistas da Universidade Rockefeller em Nova York descobriram que a maioria das pessoas que se recuperou do Covid-19 sem ir para o hospital não produziu muitos anticorpos efetivos contra o vírus e são passíveis de reinfecção em curto período de tempo. Estudo recente sobre reinfecção de Covid-19.
Por outro lado o grupo de pesquisadores liderados por Kang, discutem, em publicação recente baseada em revisão de estudos experimentais, as possíveis respostas aos diversos questionamentos atuais envolvendo os pacientes com histórico de Covid-19 que apresentam novos resultados positivos em RT-PCR para SRS-CoV-2 (“reteste”) após terem sido considerados previamente curados. Algumas dessas conclusões observadas incluem: A acurácia do exame de RT-PCR é diretamente relacionada com o método de coleta, transporte, armazenamento e processamento do espécime clínico, e resultados falso negativos podem ocorrer em caso de falha em uma das etapas desse processo; Os pacientes podem não ter sido devidamente avaliados quanto aos critérios de cura ou não apresentar critérios adequados para alta hospitalar; Fragmentos de partículas virais não viáveis e/ou não infectantes podem permanecer no organismo humano por períodos longos (aproximadamente 6 semanas); Pacientes com “reteste” positivo não apresentaram contactantes que evoluíram para Covid-19, o que pode significar baixo ou nulo potencial transmissor; Pacientes com “reteste” positivo não apresentaram partículas virais infectantes para culturas de células; As evidências obtidas em estudos de resposta humoral e celular indicam que, mesmo na ausência de soro conversão, há produção de células T de memória com resposta efetiva específica ao SARS-CoV-2, o que minimiza os riscos de reinfecção; Os possíveis diagnósticos diferenciais devem ser avaliados em todos esses casos suspeitos de recorrência ou reinfecção para melhor avaliação dos mecanismos envolvidos; Deve-se diferenciar as complicações secundárias dos quadros sugestivos de novos episódios de Covid-19. Kang H, Wang Y, Tong Z, Liu X. Retest positive for SARS-CoV-2 RNA of “recovered” patients with Covid-19: Persistence, sampling issues, or re-infection? [published online ahead of print, 2020 Jun 3]. J Med Virol. 2020;10.1002/jmv.26114. doi:10.1002/jmv.26114
No Brasil, o Departamento de Medicina Social da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP confirmou o primeiro caso de reincidência da Covid-19 na cidade. Nesta quarta-feira, 5, a Faculdade divulgou um estudo de caso produzido por sete pesquisadores que relatam a reincidência do vírus em uma técnica de enfermagem de 24 anos. "Desde o início da pandemia, a possibilidade de reinfecção por SARS-CoV-2 tem sido aventada e investigada por diferentes pesquisadores em todo o mundo. [...] O presente caso apresenta forte evidência não somente de reinfecção por SARS-CoV-2, como de recidiva clínica da Covid-19, de forma semelhante a apenas um outro caso clínico relatado em Boston (EUA)", escreveram os pesquisadores. https://www.revide.com.br/noticias/coronavirus/usp-detecta-caso-de-reincidencia-de-covid-19-em-tecnica-de-enfermagem-em-ribeirao-preto/
Me parece que no caso atual a hipótese de reinfecção está mais bem comprovada e documentada. Se este é o caso vamos fazer um pequeno cálculo. Uma das empresas que está desenvolvendo uma versão de vacina está estimando o valor da dose em R$ 170. Os recursos públicos reservados para compra da vacina pelo governo federal são de R$ 1.9 bilhões (https://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/deutschewelle/2020/08/11/brasil-imunizacao-vacinacao-coronavirus-preparacao.htm), o que permite vacinar 11.176.470 brasileiros. Uma cobertura de 18,79% da população. Insignificante para causar imunidade de rebanho. Ou seja, nem mesmo o total do grupo de risco poderia ser vacinado. Não creio que o custo da dose de vacina possa ser menor do que R$ 50,00 mesmo que haja várias apropriações de tecnologias por parte do governo, desta forma, mesmo que exista uma vacina, a curto e médio prazo não haverá retorno a normalidade.
Ponto 3: Vacinas são aplicadas em pessoas saudáveis.
Na pressa para desenvolver uma vacina - agora existem mais de 100 em desenvolvimento - a segurança deve permanecer uma prioridade. Ao contrário das drogas experimentais para doentes graves, a vacina será administrada a potencialmente bilhões de pessoas geralmente saudáveis. Isso significa que os cientistas terão que verificar com extremo cuidado os sinais de efeitos colaterais perigosos. Durante a busca por uma vacina contra a Sars em 2004, os cientistas descobriram que uma candidata causava hepatite em furões (Fase 1 de pesquisa - Que agora está sendo praticamente ignorada). Outra preocupação séria é o “aumento induzido por anticorpos”, em que os anticorpos produzidos por uma vacina pioram as infecções futuras (Fase 2 e 3 de pesquisa - Igualmente aceleradas). O efeito causou sérios danos aos pulmões em animais que receberam vacinas experimentais para Sars e Mers (Fase 3 de pesquisa - No início para a maioria das vacinas mas com previsão de liberação a curto prazo).
Mas se não haverá uma vacina viável, como fazer para retomar a economia?
Na minha singela opinião os protocolos devem necessariamente passar por:
1 - Educar a população para atender rigorosamente todos os aspectos de higiene e limpeza que evitam a propagação da doença.
2 - Evitar ao máximo as aglomerações de pessoas sem necessidade, jogo de futebol? Nem pensar!
3 - Punir severamente pessoas que desrespeitem normas de isolamento individual.
4 - Manter e aumentar o incentivo a inclusão de tecnologias de trabalho remoto, aulas remotas, educação a distância e outras ferramentas que permitam a continuidade de atividades que são majoritariamente intelectuais.
5 - Rígidos protocolos de higiene e limpeza em locais públicos.
Não há milagre, a resposta a manutenção do emprego e renda passa diretamente pela consciência da população sobre o problema.
Chegamos novamente num ponto crítico para a economia. Mas desta vez não há um único processo que possa ser pensado para salvar os empresários. A economia atual é altamente diversificada, e depende da distribuição de renda para a manutenção do mercado interno, que ainda é responsável pela grande maioria dos empregos formais. Sem distribuição de renda, diminuem as entradas nos caixas de pequenas e médias empresas que são responsáveis diretas por 54% dos empregos formais e 99% do total de empresas (De acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE)). Quem está pagando a conta agora não é o grande latifundiário cafeicultor. São os pequenos empresários que fazem de seu suor diário o negócio da família. Mesmo em médias empresas a conta não tem fechado nos últimos meses, com medo de gastar e se endividar sem uma garantia de renda futura a maioria dos brasileiros tem adiado a compra de bens de consumo, e aumentado inconscientemente o problema. É um caso onde a prudência pode causar um feedback negativo e arruinar toda o ecossistema empresarial desenvolvido a duras penas. Sem liquidez conferidas por compras da população, e alimentadas pelos empregos gerados pela produção, distribuição e comercialização dos produtos, as empresas vão quebrar. Já estão quebrando. Algumas estimativas falam de setores em que mais da metade das empresas não vai reabrir depois da pandemia. Pelo menos 600 mil micro e pequenas empresas fecharam as portas e 9 milhões de funcionários foram demitidos em razão dos efeitos econômicos da pandemia do novo corona vírus. É o que mostra levantamento feito pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às micro e pequenas empresas) e obtido com exclusividade pela CNN.
https://www.cnnbrasil.com.br/business/2020/04/09/mais-de-600-mil-pequenas-empresas-fecharam-as-portas-com-coronavirus.
Não são apenas as pequenas e medias empresas sofrendo. Gigantes como a GM acusam o golpe e certamente irão requerer uma boa fatia de recursos públicos, na forma de incentivos fiscais e empréstimos para manter as atividades. Obviamente com o cobertor curto o governo terá que decidir a quem socorrer.
https://epocanegocios.globo.com/Empresa/noticia/2020/04/sem-liquidez-empresas-vao-comecar-quebrar-diz-presidente-da-gm.html
Neste contexto terrível a esperança é a vacina. Vai sair ou não vai? Particularmente, olhando todos os dados disponíveis, a resposta para mim é clara...Vai sair, mas não vai funcionar! Infelizmente. Vou tentar mostrar qual a fonte desta minha convicção, em três pontos que se interligam:
Ponto 1: Não existem atalhos em ciências.
As vacinas que estão sendo desenvolvidas e prometidas para o ano de 2021 entraram em um caminho rápido de pesquisa, que não possui embasamento prévio e nunca foi implantado e executado de forma eficiente. Para ter ideia do que estou falando, dê uma olhada no artigo do New York Times Journal: "How Long Will a Vaccine Really Take?" (Quanto tempo uma vacina realmente levará, em tradução literal). Vou extrair apenas um dado de lá para bem dos leitores brasileiros, o gráfico abaixo:
https://www.nytimes.com/interactive/2020/04/30/opinion/coronavirus-covid-vaccine.html
Ponto 2: Os cientistas já tentaram batalhar contra o corona vírus. E falharam!
Entenda que 1/4 dos resfriados no mundo são causados por corona vírus humano. Os cientistas já trabalharam com vacinas contra o corona vírus antes, então não estão começando do zero. Dois corona vírus já causaram surtos letais antes, ou seja, Sars e Mers, e a pesquisa de vacinas avançou para ambos. Mas nenhum foi licenciado, em parte porque Sars fracassou e Mers é regional para o Oriente Médio. As lições aprendidas ajudarão os cientistas a criar uma vacina para Sars-CoV-2, mas ainda há muito o que aprender sobre o vírus.
A principal preocupação é que os corona vírus não tendem a desencadear imunidade de longa duração. Após a aplicação de vacinas já testadas a resposta imunológica diminui tão rapidamente que as pessoas podem ser reinfectadas no ano seguinte. No caso do Corona vírus da pandemia atual os pesquisadores da Universidade de Oxford analisaram recentemente o sangue de pacientes recuperados de Covid-19 (a doença) e descobriram que os níveis de anticorpos IgG - responsáveis pela imunidade mais duradoura - aumentaram acentuadamente no primeiro mês de infecção, mas depois começaram a cair novamente. Corroborando com esta descoberta, na semana passada, cientistas da Universidade Rockefeller em Nova York descobriram que a maioria das pessoas que se recuperou do Covid-19 sem ir para o hospital não produziu muitos anticorpos efetivos contra o vírus e são passíveis de reinfecção em curto período de tempo. Estudo recente sobre reinfecção de Covid-19.
Por outro lado o grupo de pesquisadores liderados por Kang, discutem, em publicação recente baseada em revisão de estudos experimentais, as possíveis respostas aos diversos questionamentos atuais envolvendo os pacientes com histórico de Covid-19 que apresentam novos resultados positivos em RT-PCR para SRS-CoV-2 (“reteste”) após terem sido considerados previamente curados. Algumas dessas conclusões observadas incluem: A acurácia do exame de RT-PCR é diretamente relacionada com o método de coleta, transporte, armazenamento e processamento do espécime clínico, e resultados falso negativos podem ocorrer em caso de falha em uma das etapas desse processo; Os pacientes podem não ter sido devidamente avaliados quanto aos critérios de cura ou não apresentar critérios adequados para alta hospitalar; Fragmentos de partículas virais não viáveis e/ou não infectantes podem permanecer no organismo humano por períodos longos (aproximadamente 6 semanas); Pacientes com “reteste” positivo não apresentaram contactantes que evoluíram para Covid-19, o que pode significar baixo ou nulo potencial transmissor; Pacientes com “reteste” positivo não apresentaram partículas virais infectantes para culturas de células; As evidências obtidas em estudos de resposta humoral e celular indicam que, mesmo na ausência de soro conversão, há produção de células T de memória com resposta efetiva específica ao SARS-CoV-2, o que minimiza os riscos de reinfecção; Os possíveis diagnósticos diferenciais devem ser avaliados em todos esses casos suspeitos de recorrência ou reinfecção para melhor avaliação dos mecanismos envolvidos; Deve-se diferenciar as complicações secundárias dos quadros sugestivos de novos episódios de Covid-19. Kang H, Wang Y, Tong Z, Liu X. Retest positive for SARS-CoV-2 RNA of “recovered” patients with Covid-19: Persistence, sampling issues, or re-infection? [published online ahead of print, 2020 Jun 3]. J Med Virol. 2020;10.1002/jmv.26114. doi:10.1002/jmv.26114
No Brasil, o Departamento de Medicina Social da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP confirmou o primeiro caso de reincidência da Covid-19 na cidade. Nesta quarta-feira, 5, a Faculdade divulgou um estudo de caso produzido por sete pesquisadores que relatam a reincidência do vírus em uma técnica de enfermagem de 24 anos. "Desde o início da pandemia, a possibilidade de reinfecção por SARS-CoV-2 tem sido aventada e investigada por diferentes pesquisadores em todo o mundo. [...] O presente caso apresenta forte evidência não somente de reinfecção por SARS-CoV-2, como de recidiva clínica da Covid-19, de forma semelhante a apenas um outro caso clínico relatado em Boston (EUA)", escreveram os pesquisadores. https://www.revide.com.br/noticias/coronavirus/usp-detecta-caso-de-reincidencia-de-covid-19-em-tecnica-de-enfermagem-em-ribeirao-preto/
Me parece que no caso atual a hipótese de reinfecção está mais bem comprovada e documentada. Se este é o caso vamos fazer um pequeno cálculo. Uma das empresas que está desenvolvendo uma versão de vacina está estimando o valor da dose em R$ 170. Os recursos públicos reservados para compra da vacina pelo governo federal são de R$ 1.9 bilhões (https://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/deutschewelle/2020/08/11/brasil-imunizacao-vacinacao-coronavirus-preparacao.htm), o que permite vacinar 11.176.470 brasileiros. Uma cobertura de 18,79% da população. Insignificante para causar imunidade de rebanho. Ou seja, nem mesmo o total do grupo de risco poderia ser vacinado. Não creio que o custo da dose de vacina possa ser menor do que R$ 50,00 mesmo que haja várias apropriações de tecnologias por parte do governo, desta forma, mesmo que exista uma vacina, a curto e médio prazo não haverá retorno a normalidade.
Ponto 3: Vacinas são aplicadas em pessoas saudáveis.
Na pressa para desenvolver uma vacina - agora existem mais de 100 em desenvolvimento - a segurança deve permanecer uma prioridade. Ao contrário das drogas experimentais para doentes graves, a vacina será administrada a potencialmente bilhões de pessoas geralmente saudáveis. Isso significa que os cientistas terão que verificar com extremo cuidado os sinais de efeitos colaterais perigosos. Durante a busca por uma vacina contra a Sars em 2004, os cientistas descobriram que uma candidata causava hepatite em furões (Fase 1 de pesquisa - Que agora está sendo praticamente ignorada). Outra preocupação séria é o “aumento induzido por anticorpos”, em que os anticorpos produzidos por uma vacina pioram as infecções futuras (Fase 2 e 3 de pesquisa - Igualmente aceleradas). O efeito causou sérios danos aos pulmões em animais que receberam vacinas experimentais para Sars e Mers (Fase 3 de pesquisa - No início para a maioria das vacinas mas com previsão de liberação a curto prazo).
Mas se não haverá uma vacina viável, como fazer para retomar a economia?
Na minha singela opinião os protocolos devem necessariamente passar por:
1 - Educar a população para atender rigorosamente todos os aspectos de higiene e limpeza que evitam a propagação da doença.
2 - Evitar ao máximo as aglomerações de pessoas sem necessidade, jogo de futebol? Nem pensar!
3 - Punir severamente pessoas que desrespeitem normas de isolamento individual.
4 - Manter e aumentar o incentivo a inclusão de tecnologias de trabalho remoto, aulas remotas, educação a distância e outras ferramentas que permitam a continuidade de atividades que são majoritariamente intelectuais.
5 - Rígidos protocolos de higiene e limpeza em locais públicos.
Não há milagre, a resposta a manutenção do emprego e renda passa diretamente pela consciência da população sobre o problema.
Muito bom artigo escrito de forma clara e direto ao ponto...parabéns professor
ResponderExcluirArtigo esclarecedor. Parabéns!
ResponderExcluirPreocupado com o impacto nos setores da economia brasileira. Não acredito que teremos uma vacina eficaz em pouco tempo, pulando etapas, como está sendo divulgado na mídia. Aulas terão que continuar da forma virtual. Evitar aglomerações e continuar com os todos os protocolos para evitar a disseminação do vírus.